Reunidos em Assembleia na sede da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (ADUERN), ontem, 1º, os professores da instituição decidiram manter o movimento paredista iniciado no final de maio. A decisão foi tomada por maioria e, com isso, a greve chega hoje aos 94 dias.
O vice-presidente da Aduern, professor Neto Vale, afirmou que na assembleia anterior não havia proposta do governo. No entanto, durante a assembleia de ontem professores contavam com um documento apresentado pela reitoria, no qual a administração da universidade tratava de uma série de questões.
Segundo ele, a categoria considerou que a pauta contempla as reivindicações, embora algumas questões precisem de algumas melhorias. Mas o professor acredita que, com o tempo que será gasto em virtude da intervenção da Justiça, e como o reitor da universidade, Milton Marques de Medeiros decidiu esperar em razão desse mesmo motivo, até o posicionamento do TJRN, o assunto da pauta poderá ser mais bem discutido.
Os professores optaram por manter a paralisação mesmo após a tentativa do Governo do Estado de judicializar o movimento, através de uma ação apresentada junto ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), solicitando a ilegalidade do movimento. Após esse momento, o TJRN pediu explicações sobre a greve da universidade.
De acordo com o presidente da Aduern, Flaubert Torquato, os docentes tomaram conhecimento do fato através de consulta ao site. “Mas nós não fomos notificados. Nós não sabemos do que se trata”, diz ele, explicando que é preciso saber se a solicitação se refere à campanha salarial em si ou aos procedimentos que a universidade tem que adotar. Assim que a notificação for recebida o assessor jurídico do sindicato será acionado.
Segundo Neto Vale, a categoria esperava para ontem a notificação por parte da Justiça. Já Flaubert Torquato lamenta, mais uma vez, a tentativa de judicialização do movimento, mas diz que a categoria espera um resultado positivo por parte da Justiça. “Se a Justiça for justa mesmo, vai reconhecer que nós temos total legitimidade”, diz Flaubert Torquato.
Por parte do governo do Estado, o momento é de espera. “Estamos aguardando a parte do Tribunal”, disse o secretário de Administração e Recursos Humanos do RN, Anselmo de Carvalho, na quarta-feira passada, 31.
Segundo ele, se os professores decidissem pelo final da greve, as partes sentariam para negociar sem dificuldades. Enquanto a greve não acabar, as negociações estão suspensas e não há novas propostas. “O que o governo tinha para conversar com eles já propôs, só conversa agora depois da greve”, finaliza Anselmo de Carvalho.
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